Resenha: A Última Nota (Felipe Colbert & Lu Pires)

Olá leitores estimados, estamos muito próximos do Natal e do último dia do ano, sendo que muitas coisas aconteceram e, claro, ainda irão acontecer, afinal: "o tempo não para",como diria Cazuza!
Enfim, creio que está, a seguir, seja a última resenha do ano e talvez o último livro lido em 2013. Infelizmente não escrevi resenha para todos os livros lidos ao longo desse ano, mas espero corrigir essa falha minha (preguiça realmente é fogo!) nesse 2014 que chegará logo mais.
Enfim, devido a ausência de resenha nos últimos tempos, eis que deixo postado aqui a de um livro recém-lido que, diga-se de passagem, não foi o meu preferido nem de longe. Bom, sem querer protelar, a seguir, explico em palavras minha impressão sobre o livro em questão. Espero que gostem da resenha e, se possível, comentem. Hasta la vista!!!!!

O último esforço 

Livros com histórias de amor são combustíveis fáceis para corações sensíveis que buscam uma leitura capaz de fazer transbordar do peito toda a natureza vibrante de um sentimento deveras incompreendido e categoricamente esmiuçado através dos milênios e milênios da existência humana sobre a terra, muito embora nos primórdios tal vazão sentimental não tivesse nomeação propriamente dita.
De todo o lirismo romântico Shakespeariano a pieguice “Crepúsculariana”, eis que o amor é e sempre será um imponente sentimento a ser trazido para a literatura a fim de que seja esmiuçado sem nenhum tipo de ressalva, porém, nem sempre a exploração de tal sentimento pode, de fato, consolidar histórias romantizadas no rol do que há de melhor na literatura, assim é o que acontece, por exemplo, com A Última Nota (Felipe Colbert, Lu Pires – Novo Século, 260 páginas), romance brasileiro que narra à história de Alícia Mastropoulos, principal violinista da orquestra de sua universidade que, decidida a tocar uma composição inédita de seu falecido avô ao invés da composição programada para uma apresentação pública, vê sua vida meticulosamente pensada para atender aos caprichos dos pais _ em especial de sua mãe, uma mulher que vê nas raízes gregas a única possibilidade de felicidade para a filha_ mudar totalmente ao ser convocada, no dia após sua apresentação, para comparecer ao hospital para onde um rapaz foi levado depois de ser encontrado desacordado nas intermediações do coreto onde a jovem se apresentou com a orquestra. O jovem em questão não se lembrava de absolutamente nada do que havia lhe acontecido no dia da apresentação musical da violinista, porém insistia em chamar por Alícia que, achando que havia acontecido algo ruim com o noivo, vai até o hospital e descobre que o rapaz internado é totalmente desconhecido além de extremamente belo e misterioso.
Basicamente a história narrada em A Última Nota gira em torno desse encontro inesperado entre jovens diferentes e ao mesmo tempo mais parecidos do que se possa imaginar já que ambos têm amor pela música e desenvolvem, ao longo da trama, uma paixão avassaladora e ao mesmo tempo proibida.
Existe, portanto, um esforço dos autores do livro em tornar os personagens centrais interessantes e carismáticos, mas o que se extrai do romance é o néctar da pieguice ao extremo, o que torna a narrativa adocicada demais e em certos momentos confusa uma vez que os autores não fazem questão alguma de explicar os mistérios dentro da trama; assim, o leitor não consegue compreender, por exemplo, quem é o belo rapaz misterioso chamado Sebastian, que está mais para vampiro Edward assim como a personagem central está para Isabella Swan, ambos personagens famosos dos livros da escritora americana  Stephanie Mayer, ressaltando que na história criada por Felipe Colbert e Lu Pires os personagens de Mayer aparecem em suas versões bem pioradas.
Outro ponto que pode incomodar ao se ler A Última Nota é o fato dos autores abusarem dos clichês literários, como frases prontas, sem contar a quebra da sequência narrativa, o que não situa a história no tempo e dá uma velocidade absurda aos acontecimentos sem que muita coisa seja esclarecida. Desse modo, quem estiver em busca de personagens e história bem construída não deve recorrer ao livro de Felipe Colbert e Lu Pires porque corre o risco de deixar a leitura de lado a qualquer instante apesar dos autores tentarem, sem sucesso, num último esforço, tornar a narrativa interessante e compensativa. Livro não recomendado.

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