Especial Halloween Parte I

Olá pessoas, estamos no mês de outubro, mês em que é comemorado o dia de todos os santos ou dia das bruxas, conhecido também como Halloween; desse modo, para comemorar essa data, que cada vez mais tem sido aderida em por aqui, uma vez que a comemoração não é tipicamente brasuca, procurarei postar uma série de matérias com dicas de livros, filmes e eventos relacionados. Enfim, ano passado postei sobre a história do Halloween (clique AQUI para ler o post anteriormente publicado) e agora, postarei uma resenha de um livro clássico que li faz um tempinho e que simplesmente amei. Talvez alguns leitores já tenham lido essa resenha em outro site, mesmo assim, acho válido postá-la aqui também porque, de fato, o livro em questão, além de ser muito bom, está relacionado ao dia das bruxas, uma vez que o personagem central da trama até hoje é o mais copiado em comemorações do tipo. Espero que apreciem a resenha!



Não é só mais um livro sobre vampiros

Drácula, de Bram Stoker (Martin Claret, 438 p.) não se trata somente de mais um livro sobre vampiros, pois é, antes de tudo, um clássico da literatura que revolucionou o mito sobre estes enigmáticos seres das trevas, isso, é claro, no século XIX quando foi publicado, o que causou, não imediatamente como era de se pensar, certo furor entre os leitores da época, já que até então a literatura voltada para o terror não era tão bem explorada em relação a outros tipos de histórias com temas mais romantizados e mais semelhantes à realidade do que a fantasia, como o mito do vampiro. É claro que o vampiro de Stoker não foi o primeiro a existir na literatura_ afinal, John Polidori e Sheridan Le Fanu foram os primeiros a tratarem do tema_ mas é inegável que foi o único a ganhar notoriedade e o “único” que serviu de “base” para a complementação do mito nos séculos seguintes, seja por meio da brilhante releitura de Anne Rice e suas Crônicas Vampirescas, onde destaca-se o vampiro Lestat ou, porque não dizer, a nova visão sobre vampiros da escritora americana Stephenie Meyer.
O fato é que Drácula se consolidou e, muito embora o mito do vampiro atual tenha mudado para adequar-se ao mundo em que vivemos atualmente, não pode ser visto apenas como mais uma história sobre vampiros. 
Basicamente, a trama de Stoker tem início quando o jovem advogado Jonathan Harker vai até o castelo do Conde Drácula
localizado na Transilvânia. A visita feita a Transilvânia e tudo o que de estranho acontece após o encontro do advogado com o misterioso e excêntrico Conde Drácula é narrado em seu diário, no entanto, partes da história também são contadas através dos diários de Mina (primeiramente a noiva e, logo depois, esposa do jovem Harker), do Dr. Jonh Seward, médico psiquiatra e amigo do Dr. Van Helsing, que é o primeiro a decifrar a misteriosa doença de Lucy Westenra (prima de Mina) que acaba sendo convertida em vampira no decorrer da trama. Ainda podemos visualizar na obra de Stoker, o diário de bordo encontrado a bordo do navio Deméter, que misteriosamente atraca no porto de Whitbay, além de partes do diário Lucy, bem como a gravação fônica de Van Helsing no diário (chamado de Relatos Cotidianos) do Dr. Seward.
O mais interessante em toda a obra de Stoker não é o mistério que envolve toda a trama, mas a própria ambiguidade do personagem central da narrativa (Conde Drácula) que nos é apresentado não só como exótico e excêntrico, anteriormente citado, mas como uma figura extremamente forte (muito embora não goste de dar demonstração de sua força em público), violento, muita embora essa postura possa ser justificada pela necessidade de conseguir alimento, extremamente envolvente e sensual, com a capacidade de transmutação (já que ora aparece como um morcego, ora como um cão, ora como um velho, ora como um homem jovem, além de poder assumir a forma de uma névoa), além de, e talvez o mais impressionante, o fato de
ser o personagem que, ao contrário do que vemos nos filmes, não demonstra preferência sexual, pois, logo no início do livro, Drácula aparentemente sente por Jonathan Harker uma espécie de amor platônico, já que proíbe as três vampiras que moram com ele em seu castelo de se aproximarem do jovem advogado e por isso acaba sendo questionado por uma delas que lhe chama a atenção sobre o fato de ele mesmo nunca ter amado (ver página 56 do livro).
Drácula ainda pode ser considerado, ironicamente devido a sua condição de vampiro, o personagem mais humano da trama, pois apresenta uma conduta dúbia que tanto o aproxima do mal, como quando ele mata para alimentar-se, como do bem; quando ele, ao final da trama, apresenta uma expressão de paz e serenidade por, quem sabe, finalmente ter conseguido a libertação de sua alma.
Em vista de todas essas considerações sobre o romance de Bram Stoker, não podemos classificá-lo meramente com algo midiático, pelo contrário, devemos considerá-lo como uma grande obra que soube explorar muito bem o mito do vampiro de modo a modernizá-lo, mesmo tendo sido escrito no século XIX, e fazê-lo servir de base para o atual mito do vampiro do século XXI.

Comentários

  1. Sou louca por clássicos!
    Drácula de Bram Stoker é um que tá na minha wishlist há séculos, mas nunca acho em livrarias físicas (e, cá entre nós, odeio comprar online =p)

    Preciso e quero muito ler ele!

    Beijinhos
    http://letraslivros.blogspot.com

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  2. Eu quero muito muito muito ler esse livro, mesmo, haha.

    Beijos!
    Sonhos de Garota

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  3. Olá meninas, espero que leiam o quanto antes este livro, pois, sem dúvida, é fantástico. No entanto, se lembrem que ele foi escrito no século XIX, portanto, sua linguagem pode ser, em alguns momentos, um pouco rebuscada, mas nada que atrapalhe o andamento da narrativa.

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  4. Li Drácula no final de 2010 e gostei muito, muito. Em seguida assisti o filme, mas são diferentes =/

    É um livro interessante, [como todo clássico, assim eu julgo] é também um pouco cansativo, mas não chega a ser um livro tedioso.

    Achei interessante também porque ele é narrado em cartas e diários, o que muda o narrador constantemente e oferece vários pontos de vista ao leitor.

    Ainda pretendo fazer uma releitura desse livro.

    Seguindo aqui, segue de volta?
    http://amorporclassico.blogspot.com

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